Governo
acelera
projeto que
eleva limite
do Simples
Nacional
O
governo tentará
acelerar a
tramitação no
Congresso de
projeto que
eleva de R$ 2,4
milhões para R$
3,6 milhões ao
ano o limite de
receita bruta
para uma empresa
se enquadrar no
Simples
Nacional. A
ideia é aprovar
a proposta já
aceita pela
Fazenda Nacional
e pelos Estados
até 15 de julho,
quando os
parlamentares
entram em
recesso. Pontos
mais polêmicos
de que trata o
Projeto de Lei
Complementar (PLP)
591/2010, porém,
ainda seguirão
em discussão no
segundo
semestre.
Em 1º julho, o
Simples completa
quatro anos de
sua implantação
e o governo quer
mostrar que,
depois de todo
esse tempo,
promoveu novos
avanços para os
micro e pequenos
empresários. Sem
reajuste no
limite, é como
se a vantagem
fosse reduzida a
cada ano, pela
inflação.
Uma conta da
Fecomércio-SP
mostra que,
apenas pelo
reajuste da
inflação e pela
defasagem
inicial com que
o Simples
Nacional começo
a vigorar, o
limite de R$ 3,6
milhões
determinado em
2006 deveria
estar hoje em R$
4,8 milhões,
para oferecer o
mesmo benefício
aos empresários.
“Muitas empresas
deixam de
ingressar no
Simples por
isso”, diz
Janaina
Lourenço,
assessora
jurídica da
Fecomércio-SP.
Elevar o limite
do Simples
Nacional agora é
matéria de
consenso no
Congresso e tem
o aval do
Tesouro
Nacional. A
Receita Federal
entende que
poderá até
arrecadar mais
com a mudança,
tendo em vista
que, com o
crescimento
recente da
economia, mais
empreendedores
informais
poderiam se
formalizar pelo
Simples.
Com essa
mudança, cerca
de 600 mil
empresas que
correriam o
risco de sair do
Simples Nacional
em 2012
continuam no
sistema. Além
disso, as 5,1
milhões empresas
que estão hoje
no sistema
automaticamente
passarão a
recolher menos
impostos, com
menores
alíquotas.
O
texto em
discussão, que
reforma a Lei
Geral da Micro e
Pequena Empresa,
também aumenta
de R$ 36 mil
para R$ 48 mil o
teto da receita
bruta anual do
Empreendedor
Individual.
Outra previsão
cria um novo
limite para
exportações, de
R$ 3,6 milhões,
pelo qual a
empresa também
poderia fazer
parte do
Simples. Hoje, o
exportador não
conta com esse
benefício
fiscal.
Discussão
prorrogada
O
que não tem
consenso ainda é
a revisão de
regras do modelo
de substituição
tributária, em
que os Estados
podem enquadrar
determinados
produtos para
ter uma
arrecadação
diferenciada de
ICMS, o que
também beneficia
as pequenas e
médias empresas.
A discussão foi
pauta de reunião
ontem entre
representantes
da Fazenda
Nacional e dos
Estados, além da
Frente
Parlamentar
Mista das Micro
e Pequenas
Empresas, que
deve maturar no
segundo
semestre.
O
objetivo é
chegar a um
consenso com os
estados para que
se inclua no
projeto
conceitos
básicos de
aplicação da
substituição
tributária. “O
que se discute é
que os Estados
fixem produtos e
pautas de
maneira
equalizada em
nível nacional”,
conta Silas
Santiago,
secretário-executivo
do Comitê Gestor
do Simples
Nacional.
Segundo ele, as
alterações na
substituição
tributária
facilitariam os
cálculos
tributários das
pequenas e
médias empresas.
O
sistema de
substituição
tributária
existe para
atender as
demandas de
Estados que
oferecem
incentivos para
produtos
tradicionais,
como carros,
combustível e
cigarros, mas,
recentemente,
alguns órgãos da
federação
incluíram
produtos
heterodoxos
nessa pauta,
como papel
higiênico,
agulhas, entre
outros.
A
reunião de ontem
foi considerada
“razoavelmente
positiva” da
Frente
Parlamentar,
deputado Pepe
Vargas (PT-RS).
Segundo Vargas,
ontem, a
representação do
Confaz concordou
com a inclusão
de premissas no
projeto. “Também
concordou-se que
os casos sejam
remetidos ao
Confaz, que
ficará
responsável por
regulamentá-los”,
afirmou Vargas.
As propostas
debatidas serão
levadas para a
reunião do
Conselho
Nacional de
Política
Fazendária (Confaz),
que inclui os
secretários de
Fazenda de todos
os Estados e
Distrito
Federal. A
reunião ocorre
em 8 de julho,
em Curitiba
(PR).
Vargas explica
que, caso não
haja consenso no
Confaz, a
proposta deve
ser votada na
Câmara e as
mudanças seriam
feitas no
Senado. “A Lei
da Micro e
Pequena Empresa
é um grande
consenso no
Congresso.
Poderíamos
votá-la sem
problemas, mas
queremos avançar
a discussão”,
assinalou.
Independentemente
da data em que
essas medidas
tributárias
sejam
sancionadas
neste ano, elas
só entram em
vigor em 2012.
Danilo Fariello
e Fred Raposo
Fonte: Último
Segundo
|
CVM quer limpar
cadastro de empresas
inadimplentes
A
Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) quer
fazer uma limpeza no
cadastro de companhias
incentivadas que estão
com registro suspenso em
razão da inadimplência
de informações.
Companhias incentivadas
são sociedades
beneficiárias de
incentivos fiscais e que
podem emitir valores
mobiliários (ações e
debêntures). Seus ativos
podem ser negociados em
leilões por fundos de
desenvolvimento
regionais, como o Finor
(Fundo de Investimento
do Nordeste) e o Finam
(Fundo de Investimento
da Amazônia).
Ontem, a
autarquia colocou em
audiência pública uma
proposta para alterar a
instrução 427, que
dispõe sobre a suspensão
e o cancelamento do
registro desse tipo de
empresa. A decisão
deverá sair até o dia 20
de julho.
Caso a
alteração seja aprovada,
as empresas com registro
suspenso por mais de um
ano terão seus cadastros
cancelados. Atualmente,
o cancelamento de
registro só é feito após
a comprovação da
paralisação das
atividades por mais de
três anos.
Desde
2009, a regra do
cancelamento do registro
após um ano de suspensão
é válida para as
companhias abertas.
"Queremos equalizar as
normas, além de obter
ganho operacional", diz
o superintendente de
relações com empresas da
CVM, Fernando Vieira.
Atualmente, 896
companhias incentivadas
estão com registro
suspenso por
inadimplência de
informações. Segundo
Vieira, a maioria delas
está com registro
suspenso há mais de um
ano.
Apenas
126 companhias
incentivadas estão com
registro ativo na CVM.
Dessas, 41 tem
autorização para
participar de leilões na
BM&FBovespa.
"A
mudança será positiva
para as empresas que já
deixaram de operar. Para
as companhias que
continuam operando, é
uma pressão para que
regularizem sua situação
com mais rapidez",
afirma Daniela Fragoso,
sócia do escritório de
advocacia Barbosa,
Müssnich & Aragão
(BM&A).
As
empresas que tiverem
seus registros
cancelados ficam livres
da taxa de fiscalização.
O cancelamento, no
entanto, não dispensa as
companhias, seus
controladores e
administradores de serem
responsabilizados por
descumprimento da
legislação.
Marina Falcão
Fonte: Valor
Econômico
Insatisfeitos podem
reclamar de regra
contábil sobre
receita
As
empresas de todo mundo
terão mais uma chance
para tentar convencer os
responsáveis pelas
normas internacionais de
contabilidade sobre qual
é a melhor forma para
fazer o reconhecimento
de receita das vendas de
seus produtos e
serviços.
Entre as
principais interessadas
estão as incorporadoras
imobiliárias - do Brasil
inclusive - e as
empresas multinacionais
do setor de
telecomunicações.
O
Conselho de Normas
Internacionais de
Contabilidade (Iasb, na
sigla em inglês), que
emite as normas IFRS
usadas no Brasil e em
mais de cem países, e o
seu congênere americano
Fasb, responsável pelo
padrão contábil
conhecido como US Gaap,
decidiram dar uma
segunda chance para os
participantes de mercado
deem suas opiniões sobre
a proposta que vai
determinar como as
principais companhias
mundiais registrarão os
valores de suas
receitas, algo sensível
para qualquer
empresário.
O projeto
do Iasb e do Fasb é
ambicioso. Eles querem
concentrar, em um único
documento, os princípios
que devem ser observadas
por todas as empresas,
sejam elas de varejo, de
construção ou
fabricantes de aviões.
Atualmente, o IFRS
possui dois
pronunciamentos e uma
interpretação para
tratar apenas de
reconhecimento de
receita e ainda assim as
orientações não parecem
ser suficientes para
esclarecer companhias de
diferentes países e
setores da economia. No
caso do US Gaap, as
atuais recomendações são
ainda mais detalhadas
por tipo de indústria.
Conforme
comunicado conjunto do
Iasb e do Fasb, no
terceiro trimestre uma
nova versão da proposta
discutida pelos órgãos
será colocada em
audiência pública. Os
agentes de mercado terão
então 120 dias para
fazer seus comentários.
Diante
desses prazos, o próprio
Iasb reconhece que a
publicação do novo
pronunciamento sobre
reconhecimento de
receita ficará para
2012, e não sairá mais
até o fim deste ano,
como estava previsto.
Trata-se do segundo
adiamento, já que o
plano inicial era ter a
regra pronta ainda no
primeiro semestre desse
ano, antes da saída de
David Tweedie,
presidente do Iasb, do
cargo.
"Em
primeiro lugar, é
importante que a gente
faça isso da forma
certa. É por isso que os
conselhos e os técnicos
estão agindo desta
maneira sem precedentes
em termos de alcance
para chegarmos a esse
ponto e estamos
dispostos a checar pela
terceira vez [com o
mercado] que nossas
conclusões são robustas
e podem ser
implementadas com o
mínimo de turbulência",
disse Tweedie, em
comunicado, se referindo
à discussão prévia e à
primeira audiência
pública.
Segundo a
assessoria de imprensa
do Iasb, é difícil dizer
qual a extensão de
eventuais mudanças que
podem ocorrer depois
dessa nova audiência.
Em
teoria, as
incorporadoras
imobiliárias brasileiras
e de países da Ásia
poderão tentar usar o
espaço de discussão que
o Iasb e o Fasb estão
abrindo para tentar
convencê-los a incluir
na norma diretrizes e
orientações que permitam
o reconhecimento de
receita da venda de
imóveis na planta ao
longo da obra.
Outro
segmento que deve
aproveitar a deixa para
tentar fazer o Iasb e o
Fasb mudarem de opinião
é o de telecomunicações.
Representantes de
grandes empresas do
setor como Deutsche
Telekom, TeliaSonera e
Sprint Nextel tiveram
uma reunião no mês
passado com o Iasb e o
Fasb para tentar mostrar
argumentos para que se
mantenha o modelo atual
de reconhecimento de
receita neste segmento.
Atualmente os aparelhos
celulares vendidos com
desconto ou mesmo
"dados" de brinde para
os usuários são
contabilizados como
custo ou despesa de
marketing das
companhias, explica
Manuel Fernandes, sócio
de auditoria e líder da
área de Telecom da KPMG
no Brasil.
No modelo
proposto pelo Iasb, a
ideia é que haja
reconhecimento de
receita da venda dos
aparelhos de forma
separada dos serviços.
"Isso afeta as
demonstrações
financeiras, a linha de
receita operacional e o
valor da empresa, em
última instância", diz,
ressaltando que os dois
lados têm seus
argumentos e razões.
Embora o
consumidor não enxergue,
quando ele compra um
plano pós-pago com
telefone a companhia
está vendendo o
aparelho, o serviço e um
financiamento, já o
pagamento é feito em
parcelas. Segundo
Fernandes, da maneira
como os balanços são
feitos atualmente, as
receitas e despesas não
são reconhecidas no
período mais apropriado.
Ainda que
a abertura de uma
audiência pública
signifique o Iasb e o
Fasb estão dispostos a
ouvir o mercado, ele
acha difícil que os
órgãos abram mão dos
princípios básicos para
que haja o
reconhecimento de
receita. "Tem que ter um
contrato, o vendedor tem
que repassar o risco e a
propriedade e o
comprador tem que ter
capacidade de pagar. Se
não tiver essas três
condições, a empresa não
consegue reconhecer a
receita", afirma
Fernandes, que prevê
ajustes finos nessa
rodada final.
"Mas como
telecomunicações é um
setor com evolução muito
rápida, pode ser que
tenha havido mudanças na
forma de vender e que
novas transações levem a
conclusões diferentes",
diz.
Fernando Torres
Fonte: Valor
Econômico
Plano de saúde é
isento de ISS sobre
valores repassados a
médicos e hospitais
Imposto sobre
Serviços de Qualquer
Natureza (ISS)
cobrado dos planos
de saúde deve
incidir somente
sobre o valor
líquido recebido
pelas empresas. A
base de cálculo do
tributo exclui o
montante repassado
aos médicos,
hospitais,
laboratórios e
outros prestadores
de serviços cobertos
pelos planos. Essa é
a jurisprudência
firmada no Superior
Tribunal de Justiça
(STJ).
Seguindo esse
entendimento, a
Segunda Turma do STJ
rejeitou recurso
especial do
município de Caxias
do Sul contra
decisão do Tribunal
de Justiça do Rio
Grande do Sul. O
município alegou que
a base de cálculo do
ISS a ser pago pelos
planos de saúde era
a totalidade do
preço mensal pago
pelos usuários, sem
qualquer desconto.
Para demonstrar
divergência
jurisprudencial, o
município apresentou
decisões do STJ no
sentido de seu
argumento.
O relator do
recurso, ministro
Mauro Campbell
Marques, destacou
que o STJ já
consolidou a tese de
que a base de
cálculo é o valor
líquido recebido,
excluindo-se do
valor bruto pago
pelo associado os
pagamentos efetuados
aos profissionais
credenciados. “Em
relação aos serviços
prestados por esses
profissionais, há a
incidência do
tributo, de forma
que a nova
incidência sobre o
valor destinado a
remunerar tais
serviços
caracteriza-se como
dupla incidência do
ISS sobre o preço
pago por um mesmo
serviço”, explicou o
relator.
Marques observou que
as decisões em
contrário
apresentadas no
recurso trazem
jurisprudência
antiga, já superada
pela Corte. Seguindo
o voto do relator, a
Turma negou
provimento ao
recurso. A decisão
foi unânime.
Fonte: STJ
Débito trabalhista
vai impedir empresas
em concorrências
As
empresas interessadas em
participar de licitações
e firmar contratos com o
poder públicos terão que
atender mais uma
burocracia para
comprovar a regularidade
de suas ações - a
Certidão Negativa de
Débitos Trabalhistas (CNDT),
que comprovará a
inexistência de débitos
com a Justiça do
Trabalho. É o que prevê
o projeto de lei
77/2002. A matéria foi
aprovada pelo plenário
do Senado em votação
final, anteontem, no
mesmo dia em que a
Câmara dos Deputados
aprovou a Medida
Provisória 527, com a
polêmica emenda
responsável pela
flexibilização das
licitações para as obras
relacionadas com a Copa
do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas de 2016.
A
aprovação do projeto
altera a Consolidação
das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de
1943. De acordo com o
projeto, empresas
interessadas em
comprovar a inexistência
de débitos com a Justiça
do Trabalho poderão
retirar a certidão
gratuitamente, de forma
eletrônica pela
internet, ou no próprio
órgão. A certidão,
comprovará a
inexistência de débitos
com a Justiça do
Trabalho. A matéria que
cria a CNDT segue para
sanção da presidência.
Para
evitar a criação de mais
um complicador nas
licitações e para o
funcionamento das
empresas, a Associação
Comercial de São Paulo (ACSP)
vai avaliar a proposta
para pedir o veto do
texto à presidente Dilma
Rousseff.
De acordo
com o projeto, empresas
interessadas em
comprovar a inexistência
de débitos com a Justiça
do Trabalho poderão
retirar a certidão
gratuitamente, de forma
eletrônica pela
internet, ou no próprio
órgão.
Também
será exigida na
contratação ou renovação
de contratos com o poder
público, no recebimento
de benefícios, incentivo
fiscal ou creditício
concedidos pelo Poder
Público e na alienação
ou na oneração de bem
imóvel e no registro ou
arquivamento de ato
relativo à baixa redução
de firma individual,
redução de capital
social, cisão total ou
parcial, transformação
ou extinção de entidade
ou sociedade comercial
ou civil e transferência
de cotas de sociedades
de responsabilidade
limitada. "Essa é mais
uma certidão com o
propósito de
inviabilizar empresas
que estão em
dificuldades momentâneas
para quitar suas
dívidas", disse ao DCI o
economista chefe da ACSP,
Marcel Solimeo, que já
promoveu diversos
estudos sobre o excesso
de burocracia em vigor
no País.
Solimeo
avaliou que o projeto
representa um "tiro no
pé" contra o
desenvolvimento da
economia. "Como uma
empresa pode pagar suas
dívidas na Justiça do
Trabalho, se é impedida
de firmar contratos com
o poder público até para
honrar seus
compromissos?",
questionou.
O texto
aprovado irritou também
o presidente da
Confederação Nacional da
Microepresa e Empresa de
Pequeno Porte (Comicro),
José Tarcísio da Silva.
"Toda micro e pequena
empresa tem dificuldades
e não pode ser punida
por atrasar o pagamento
de alguma dívida não
porque quer dar calote,
mas por que está sem
receber do poder
público", explicou.
Aprovação
do projeto foi
comemorada pelo hoje
deputado federal Moreira
Mendes (PPS-RO),
coordenador da Frente
Parlamentar da
Agropecuária, mais
conhecida como Bancada
Ruralista, que teve
atuação destacada na
aprovação do novo Código
Floresta.
O projeto
da nova certidão foi
apresentado em 2002 na
época em que ele era
senador.
Por isso,
lamentou a demora na
aprovação da matéria,
mas a comemorou como uma
vitória do trabalhador
brasileiro. "É muito
gratificante ver um
projeto de sua autoria
ser aprovado". E
procurou acalmar os
empresários: "Todo
aquele empresário que
tiver débito trabalhista
não vai poder participar
de licitações, por
exemplo. Mas o bom
empresário não precisa
se preocupar. Por outro
lado, aquele que procura
driblar a Justiça e não
quer cumprir as suas
responsabilidades, esse
terá que se adequar à
lei", frisou.
Ação contra a MP
Um dia
depois da aprovação da
MP 527, que cria o
Regime Diferenciado de
Contratação (RDC) para
obras da Copa e das
Olimpíadas, a polêmica
sobre a flexibilização
da Lei de Licitações vai
parar na Justiça. O
líder do PPS na Câmara,
deputado federal Rubens
Bueno (PR), anunciou
ontem que o partido vai
tentar derrubar pontos
da MP 527 que permitem
ao governo esconder da
sociedade alguns gastos
com as obras da Copa do
Mundo de 2014 e das
Olímpiadas de 2016. É
que o texto principal da
MP, aprovado na noite de
quarta-feira, dispensa
de ampla publicidade as
licitações "cujo sigilo
seja imprescindível à
segurança da sociedade e
do Estado".
O
mecanismo, previsto no
artigo 15° da MP, é o
mesmo utilizado pelo
Palácio do Planalto para
tornar secretos os
gastos com os cartões
coorporativos da
Presidência da República
e da Agência Brasileira
de Inteligência (Abin).
"Na prática, esse artigo
vai criar uma caixa
preta dos gastos
públicos e colocará o
Brasil na contramão da
tendência mundial de
busca pela
transparência. Ampla
publicidade dos gastos
públicos é um dever do
Executivo previsto no
artigo o 37 da
Constituição", lembrou
Rubens Bueno.
Abnor Gondim
Fonte: Revista
Incorporativa
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